terça-feira, 12 de março de 2013

Dicas: Título


A inauguração do título escolhido e o lançamento público do livro em busca de seu próprio destino, de sua própria história. Já pensou em jogar na água a linha de náilon para pegar um peixe, sem anzol? Seria extremamente difícil. O título é o anzol que vai na ponta da linha. É o anzol que fará o contato imediato entre o pescador e o peixe, e assim fisgar o peixe. Se o anzol for bem escolhido, ele funcionará perfeitamente para fisgar um tipo de peixe específico, e se for realmente bem escolhido juntamente com a arte da capa, fisgará vários tipos de peixes, até aqueles que são relutantes a se entregar uma hora se entregam. 

Você pode começar a escrever já tendo o título pronto, sem ter a história toda desenvolvida num bloco de notas ou em rascunhos, embora isso seja bem mais difícil e raro de acontecer. Geralmente os escritores escolhem seus títulos depois da obra terminada. Isso no final das contas vai de cada um.

Darei exemplos de títulos que são considerados obras primas, e que qualquer pessoa gostaria de ter usado. Lembrando que não há direito autoral em título de livro ou idéia de livro, apenas pela obra. Um livro pode ter o mesmo nome de outro, mas ser totalmente diferente no conteúdo. Alguns livros ficaram tão famosos que ninguém se atreve a pegar emprestado a semântica.

1) Cem Anos de Solidão; Gabriel Garcia Márquez.

2) O Apanhador no Campo de Centeio; Salinger.

3) Água para Elefantes; Sara Gruen.

4) O Código Da Vince; Dan Brown.

5) Admirável Mundo Novo; Aldous Huxley.

6) A Sombra do Vento; Zafón.

7) Sobre Meninos e Lobos; Dennis Lehane.

8) Orgulho e Preconceito; Jane Austen.

9) A Cor Que Caiu do Espaço; H.P Lovecraft.

10) A Morte e a Vida de Charlie St. Cloud; Ben Sherwood.

Esses são apenas alguns nomes de livros que lembrei agora, como exemplos, numerados sem a pretenção de ser ordem de piores ou melhores. São obras onde o título induz um enigma, que gera uma curiosidade. A criatividade e a sensibilidade em achar um título que caia como uma luva é tarefa para poucos. A única certeza que se pode ter é achar um nome que seja coerente e fiel à alma da obra. Muitas vezes o nome está diluido no próprio corpo da obra, outras vezes o criador encontra em um lugar onde nada tem a ver, mas que com a história, ganha-se sentido.

Palavraendo Charles Kiefer: 
"Se a palavra efetivamente tem poder, se nomes condicionam destinos, os escritores devem se preocupar seriamente com os títulos de seus livros, como os pais com os nomes de seus filhos. Mas, se a palavra é um mero signo, se ela simplesmente se cola às coisas, na inútil tentativa de dar-lhes uma significação, é melhor que eles não resistam ao canto de sereia do mercado. A este último, no entanto, é necessário lembrar que um bom título não salva um mau livro, mas um mau título pode prejudicar um bom livro."
Infelizmente, alguns autores usam da "modinha" momentânea e lançam livros com nomes parecidos dos Best Sellers, no intuíto de ser notado mais fácilmente. E há escritores que ficam de olho no que o holofote do mundo literário está lançando e que se tornou campeão de vendas, daí, com a cara mais lavada do mundo, lançam livros medíocres com nomes que lembram os grandes títulos ganhadores de prêmios e de crítica. Basta um livro fazer sucesso com um tema, que atrás já vem um caminhão iguais. Se eu puder dar um conselho a você leitor... não deixe a mídia lhe dizer o que você deve ou não deve ler, busque e se aventure por si e para si. Fica a dica.
Para os escritores, tentem achar um nome apropriado para o conteúdo, da forma mais simples. Às vezes, o pouco é muito, e às vezes o muito é adequado, tudo depende da visão do escritor, o pessoal que sempre voltamos à ele.

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